Foi apresentado pela Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE/CG), nesta quarta-feira (15/7), o Projeto de Pesquisa “Triagem Neonatal e Tratamento Precoce do Autismo”. O projeto tem como objetivo o tratamento antes da manifestação dos sintomas, em crianças de zero a um ano de idade.
Não existe um exame específico para diagnosticar o Transtorno do Espectro Autista – TEA. Desta forma, seu diagnóstico é feito essencialmente clínico, baseado em sinais e sintomas, seguindo os critérios clínicos estabelecidos internacionalmente.
Coordenador e Pesquisador do projeto, Paulo Henrique Muleta Andrade, que também é Coordenador Técnico do Centro Especializado em Reabilitação (CER/APAE), explicou o objetivo do projeto de pesquisa. “A incidência do autismo tem aumentado nas últimas décadas, sendo de um caso a cada 68 crianças nascidas vivas. Atualmente, o tratamento médico e multidisciplinar inicia após a manifestação dos sintomas, em média com 36 meses de vida. A proposta de triagem neonatal e intervenção precoce em desenvolvimento pela APAE de Campo Grande visa o tratamento precoce, ou seja, diagnóstico e tratamento antes da manifestação dos sintomas, em crianças de zero a um ano de idade”, disse.
Em sua apresentação, Paulo Muleta mostrou alguns estudos de caso realizados durante seis meses, com seis crianças com TEA. Em ambos, os resultados preliminares demonstraram melhora na atenção e atividades escolares, comportamento social e outros ganhos comuns de uma criança neutorípica.
Mesmo tendo resultados promissores, o protocolo deve apresentar melhor resultado em crianças de menor idade. O objetivo com a triagem neonatal é tratar as crianças nos primeiros três anos de vida, evitando assim o desenvolvimento do autismo.
De acordo com o coordenador, o próximo passo do projeto é a submissão ao método científico. “Precisamos de 375 crianças com transtorno do espectro autista para confirmarmos por meio do método científico, para assim, comprovarmos a real eficácia na prevenção do autismo. O tratamento que propomos está na Rede Básica de Saúde, disponível pelo SUS (Sistema Único de Saúde) com baixo custo”, explicou.
A equipe Médica do Centro Especializado em Reabilitação da APAE de Campo Grande (CER/APAE) é composta pelo Diretor Clínico Dr Alberto Cubel Brull, o Coordenador Dr Paulo Muleta e o Pesquisador Assistente Dr Paulo Siufi. Eles desenvolvem o protocolo do projeto há mais de 3 anos e alegam que “podem ter encontrado o mecanismo biomolecular que causa o desenvolvimento neurosináptico característico do autista, em crianças sem comprometimento genético”.
O prefeito de Campo Grande, Marquinhos Trad esteve presente na apresentação e deixou o Poder Executivo Municipal à disposição da instituição. “Hoje, a APAE de Campo Grande está oferecendo uma vida melhor a essas crianças e o poder público também tem que ajudar. Tudo que estiver ao alcance da prefeitura, iremos fazer. Como sempre fizemos”, enfatizou.
Estiveram presentes na apresentação do projeto o Presidente da APAE/CG, Antônio José dos Santos Neto, o Vereador Chiquinho Telles, o Coordenador-Geral da APAE/CG, Nilo Sérgio Laureano, a Coordenadora Técnica do IPED/APAE, Josaine Palmieri, o Coordenador da Linha Materno-infantil do Hospital Regional, Dr. Alberto Cubel Brull Junior, a representante do Hospital Universitário, Dra. Maria José Maldonado e o Assessor Parlamentar Guilherme Lima, no ato representando o Deputado Estadual Evander Vendramini.
Toda apresentação também foi acompanhada pelos pais de duas crianças que fazem parte do projeto e apoiam a iniciativa, o Policial Rodoviário Federal, Alexandre Figueiredo e o Engenheiro Agrônomo, Antônio Claret.