Inaugurado em setembro de 2020, o ambulatório pós-covid do Centro Especializado em Reabilitação da APAE de Campo Grande (CER/APAE), atendeu cerca de 233 pacientes com sequelas resultantes da infecção pela covid-19.
Em seis meses, o ambulatório teve 299 vagas solicitadas, via SISREG (Sistema de Regulação), 233 pacientes atendidos, tendo 20 pessoas recebido alta dos atendimentos e 10 desistentes.
Desde a sua inauguração, o CER/APAE já recebeu pacientes que perderam o paladar, tiveram sequelas motoras, respiratórias e até psicológicas, que precisam de reabilitação com uma equipe multiprofissional. A unidade atende desde crianças até idosos.
A supervisora do Setor de Fisioterapia do CER/APAE, Sarita Baltuilhe explica como os pacientes chegam à unidade da APAE de Campo Grande. “Os pacientes são admitidos com sequelas persistentes causadas pela covid-19, que apresentam um amplo espectro de manifestações. As principais sequelas que observamos são: falta de ar, tosse, cansaço extremo, fadiga, dificuldade de andar (frequentemente com necessidade de cadeiras de rodas), dependência nas atividades da vida diária, dificuldade na deglutição e mastigação, depressão, ansiedade, pânico, medo, déficits cognitivos (como alterações da memória), perda de peso, casos de AVC (Acidente Vascular Cerebral), complicações cardíacas (arritmias, miocardites, insuficiência cardíaca), diabetes, polineuropatias (distúrbio dos nervos), que apresentam os principais sinais: formigamento e dormência, dor em queimação e fraqueza muscular”, disse.
A fisioterapeuta ressalta que essas sequelas são encontradas mesmo nos pacientes que tiveram contato com a forma mais branda da doença, e não somente em casos graves, como por exemplo, os pacientes que ficaram hospitalizados com necessidade de intubação.
O Serviço Social do CER/APAE é o responsável pelo acolhimento. De acordo com a Assistente Social Teresa Pereira de Souza, supervisora do setor na unidade, a maior dificuldade encontrada no paciente é ter outro familiar com a doença, internado ou em óbito. “Percebemos muito medo e ansiedade na maioria deles. Uma questão que também tem preocupado bastante é a falta de recurso financeiro, devido ao adoecimento. Grande parte deles são autônomos e acabam ficando sem renda e com falta de perspectiva para o futuro”, afirmou.
Funcionamento do Ambulatório pós-covid do CER/APAE
Os pacientes que ficaram com sequelas após terem sido infectados pelo novo coronavírus devem procurar uma Unidade Básica de Saúde e solicitar encaminhamento para o CER/APAE, via SISREG.
O ambulatório do CER/APAE é o primeiro 100% SUS (Sistema Único de Saúde) do Brasil. O local conta com profissionais altamente capacitados em reabilitação/habilitação e cuidados paliativos, como Médico Fisiatra, Médico Cardiologista, Médico Pediatra, Médico Neurologista, Fisioterapeuta, Terapeuta Ocupacional, Enfermagem, Nutricionista, Psicólogo, Assistente Social e Fonoaudiólogo.