Apesar do acesso gratuito, muitas mães ainda deixam de fazer o Teste do Pezinho

De extrema importância para crianças recém-nascidas, o Teste do Pezinho precisa ser feito entre o 3° e o 5° dia de vida do bebê. O teste é um conjunto de exames que detectam precocemente alterações que podem trazer sequelas graves para a criança. Mas em Mato Grosso do Sul a taxa de exames realizados pelo Sistema Único de Saúde (SUS) não atinge índices satisfatórios se comparados com a mesma quantidade de partos realizados na rede pública. Apesar do exame ser gratuito, e ainda com os esforços da Secretaria de Estado de Saúde (SES) na divulgação, orientação e acesso ao exame, muitas mães ainda deixam de fazer o teste.

Desde 2009, a taxa de cobertura do teste não alcança nem mesmo 90% das crianças nascidas pelo Sistema Único de Saúde (SUS), conforme dados do Instituto de Pesquisas, Ensino e Diagnósticos (IPED/APAE) de Campo Grande, habilitado pelo Ministério da Saúde como serviço de referência em Triagem Neonatal no Estado.

Em 2017, segundo o IPED, o percentual de bebês, nascidos pelo SUS, que passaram pelo teste foi  82,8%, valor abaixo dos partos realizados pelo SUS no mesmo ano. Em 2018 a taxa de cobertura foi um pouco melhor: 85,6%. O número ideal de exames registrados deveria ser próximo ao mesmo número de crianças nascidas pelo SUS, portanto um percentual perto de 100%. O exame é oferecido de graça na rede pública, nas maternidades e hospitais.

A triagem neonatal é um dos exames mais importantes para detectar alterações na saúde da criança. Com uma pequena “picadinha” no pé, o procedimento é simples e não traz riscos para o bebê. Todo recém-nascido tem direito ao Teste do Pezinho, que é oferecido pela Rede Pública gratuitamente. A coleta pode ser realizada em Unidades Básicas de Saúde (UBS), hospitais e maternidades.

Segundo a Coordenadora Estadual do Programa Nacional de Triagem Neonatal da SES, Carolina Chita Raposo, o teste do pezinho é um dos testes mais importantes para detectar doenças genéticas e metabólicas que, se não detectadas precocemente, podem deixar sequelas.

“A população SUS dependente se beneficia do Programa Nacional de Triagem Neonatal (PNTN), no qual o IPED APAE é referência estadual. No instituto é feito diagnóstico, tratamento e acompanhamento desses bebês. O IPED APAE também é parceiro da SES em Educação Permanente para os profissionais de saúde do Estado. Portanto é muito importante que a família leve o recém-nascido para fazer o teste do pezinho nas Unidades Básicas de Saúde caso não tenha feito no hospital ou maternidade”, disse a coordenadora.

Pelo Sistema Único de Saúde (SUS), o teste do Pezinho diagnostica sete doenças: Fenilcetonúria, Hipotireoidismo Congênito, Hiperplasia Adrenal Congênita, Fibrose Cística, Toxoplasmose Congênita, Hemoglobinopatias e Deficiência da Biotinidase.

O IPED/APAE oferece total apoio e tratamento por meio da equipe multiprofissional do próprio programa.

IPED/APAE

Fundado em 1997, o Instituto de Pesquisas, Ensino e Diagnósticos da APAE de Campo Grande (IPED/APAE) realiza a triagem neonatal, pré-natal e exames complementares destinados à elucidação de diagnósticos, acompanhamento e tratamentos. Atende aos recém-nascidos do Estado de Mato Grosso do Sul, por meio do Programa Público de Triagem Neonatal que realiza exames e o acompanhamento dos pacientes com resultados alterados, a partir da atuação de uma equipe multiprofissional (Endocrinologista, Pediatra, Hematologista, Pneumologista, Assistentes Sociais, Psicólogo, Nutricionistas e Geneticista, Gastro-pediatra e adulto, Fisioterapeuta e Infecto-pediatra.).

Luciana Brazil (SES) e Assessoria de comunicação da APAE/CG.

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