Divina Célia: História de superação e o sonho de ter seus livros reconhecidos nacionalmente

Sorridente, inteligente, agitada, exigente e autêntica. Por trás de todas essas características e qualidades, há uma escritora que já superou muita coisa na vida e que tem um grande sonho: ter seus livros reconhecidos nacionalmente. Essa é a Divina Célia Garcia, de 49 anos.

Aos seis meses de idade, Divina Célia contraiu a poliomielite. Na época, a família entrou em colapso por não aceitar a doença e a mãe teve que parar de trabalhar para cuidar da filha.

Em uma escola rural, Divina Célia foi alfabetizada, e, nela, uma professora incentivou-a escrever. “Ela viu que eu tinha o dom de escrever. Quando morei em Naviraí, tinha muitos rascunhos escritos junto com essa professora”, conta a escritora.

A necessidade de sobrevivência levou Divina a escrever livros, ela começou com as poesias. “Meus pais perderam tudo com o meu tratamento e eu precisava ajudá-los. Mas, de que maneira? Usei o meu dom de escrever e utilizava o dinheiro dos livros vendidos. Quando publiquei o primeiro “minhas singelas pegadas”, fui de porta em porta vendê-lo, em todo o Mato Grosso do Sul”, relata.

Hoje, ela prefere escrever livros de biografia que, normalmente, falam sobre a vida de pessoas que superaram uma grande dificuldade ou que aprenderam lições importantes com as suas experiências. “Gosto de colocar a vida da pessoa em evidência e de descrever o dia a dia em que vivemos”, disse.

Ao todo, Divina Célia já escreveu 10 livros. Como escritora, seu maior sonho é que a conheçam verdadeiramente.

“Tenho livro que já fez parte de estudo em algumas faculdades, mas não foi reconhecido e nem trabalhado por uma editora. Meu sonho é que ele seja reconhecido nacionalmente. Gostaria que as pessoas me enxergassem como uma profissional, para viver dos meus livros e ter o meu cantinho. O tempo todo fico mostrando para as pessoas que o meu livro vale a pena ser investido”, destaca.

Divina Célia é usuária do Centro Especializado em Reabilitação (CER/APAE), onde recebe cadeira de rodas. Em junho, ela esteve na APAE de Campo Grande apresentando o seu trabalho para o Coordenador-geral da instituição, Nilo Sergio Laureano.

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