Conscientização! Palavra bonita e importante que toma um sentido especial para todos os autistas e seus familiares no dia 2 de abril. Este é o Dia Mundial da Conscientização do Autismo, decretado pela ONU. A data foi criada pela Organização das Nações Unidas (ONU) e serve como forma de conscientizar à população brasileira sobre o autismo, síndrome que atinge 70 milhões de pessoas ao redor do mundo e cerca de dois milhões no Brasil.
Como vamos diagnosticar essas crianças cedo o suficiente para que tenham a intervenção precoce, que é tão importante? Como vamos qualificar profissionais da saúde e da educação? Como vamos alertar os pais para que fiquem atentos aos sintomas? Como vamos acolher e cuidar dos autistas mais velhos, cujos pais já estão idosos e não têm condições de olhar por eles?
São muitas dúvidas e é exatamente por isso que precisamos da conscientização. Conscientização para gerar ação, conhecimento, capacitação e menos preconceito. Com o intuito de alertar e esclarecer a sociedade e ajudar a diagnosticar a doença logo cedo. Quanto mais cedo houver o diagnóstico, melhor será a qualidade de vida destes indivíduos e mais rápido o tratamento para não permitir que a doença avance com intensidade.
Para quem não sabe do que se trata, o autismo é uma doença conhecida como “Transtornos de Espectro Autista” – TEA. Os transtornos do espectro autista (TEA), como o próprio nome sinaliza, englobam uma série de diferentes apresentações do quadro, que têm em comum:
• Maior ou menor limitação na comunicação, seja linguagem verbal e/ ou não verbal;
• Na interação social;
• Comportamentos caracteristicamente estereotipados, repetitivos e com gama restrita de interesses.
Neste espectro o grau de gravidade varia desde pessoas que apresentam um quadro leve e com total independência e discretas dificuldades de adaptação (por exemplo, autistas de alto funcionamento, síndrome de Asperger) até aquelas que serão dependentes para as atividades de vida diárias (AVDs), ao longo de toda a vida.
O autismo aparece nos primeiros anos de vida. Apesar de não ter cura, terapias, medicamentos e é claro, muito amor, podem proporcionar qualidade de vida para os pacientes e suas famílias.
Após o diagnóstico, os pacientes devem fazer uma série de tratamentos e habilitação/reabilitação para estimulação das consequências que o autismo implica, como dificuldade no desenvolvimento da linguagem, interações sociais e capacidades funcionais.
O azul foi adotado como a cor símbolo para representar a doença, por haver maior incidência em meninos, cuja proporção é de quatro meninos para uma menina. Há vários níveis de autismo e alguns sintomas podem facilitar a identificar a doença o quanto antes. Os mais comuns são atraso na aquisição da linguagem, dificuldade de aprendizagem e de relacionamento, fobias, agressividade, comportamentos restritos e repetitivos, se incomoda com toques, com alguns sons, restrições alimentares.
Cíntia Harumi Nishikawa – Psicóloga
Supervisora do setor de Psicologia do CER/APAE – CRP 14/4230-8